1/07/2025
Nayara Rosolen – Equipe CNU
A 4ª edição do Debatedores Nota Mil, projeto realizado no Pré-Enem Uninter, iniciou em 25 de junho de 2025, no auditório do campus Divina Providência, em Curitiba (PR). Em parceria com a Fundação Wilson Picler (FWP) e o Instituto Eureka, o grupo educacional busca preparar os estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Além dos aulões realizados de forma presencial pelo coordenador do Pré-Enem, Marlus Geronasso, e uma equipe de professores das mais diversas áreas de conhecimento, a ideia dos debates é melhorar a oratória, a escrita e a argumentação para a redação exigida na prova. Bolsas de estudos integrais são ofertadas para os estudantes que mais se destacam, assim como para os professores orientadores das turmas.
A utilização da Inteligência Artificial (IA) nas atividades escolares no Brasil e a regulamentação dos limites da liberdade de expressão nas redes sociais foram os temas escolhidos para o primeiro dia de debate desta edição, com a participação de 19 escolas e mediação do professor Cesar Augusto Cruz da Silva. A mesa de jurados foi composta por Marlus, Antonio Thadeu Wojciecowski, Marcelo Toniolo de Oliveira e Célio Luiz Banaszeski.
“Esse é um momento de protagonismo juvenil. […] O que vimos nos primeiros debates deu o tom, a régua já começa elevada. Ou seja, muitos argumentos, pesquisa, construção de ideias, reflexões. Tem valido muito a pena. Vamos em frente com essa garotada fazendo a diferença na educação brasileira”, declara Marlus, que, apenas neste ano, já visitou 96 instituições de ensino da educação básica para promover o Pré-Enem Uninter e estimular a participação.
A abertura foi realizada pela presidente do Instituto Eureka, Regina Luque, o pró-reitor de Graduação, Cursos Técnicos e Extensão da Uninter, Rodrigo Berté, e o representante do Núcleo Regional de Educação de Curitiba, Marcos Bianchini, que salientou a importância de eventos como o Debatedores, que, em tempos de influências que nada têm a contribuir, reúne estudantes que têm muito a falar e mostrar.
“Poucas instituições têm a capacidade de fazer com que a formação de dentro da sala de aula possa ir para fora e que vocês possam ter outras experiências. Isso é muito importante. Fica aqui o nosso grande sentimento de gratidão por todo esse movimento que eu chamo de positivo intelectual, onde todos os anos vocês estão discutindo diferentes temas” declarou Berté.
O presidente da FWP, Luciano Frontino de Medeiros, e o diretor financeiro da FWP, Jorge Bernadi, também recepcionaram os estudantes durante o evento. Os docentes destacaram a qualidade “altíssima” dos debates. Como pesquisador de IA há 20 anos, Luciano afirma que esse momento “é mais que oportuno”.
“Os argumentos que vocês colocam têm sido os que temos discutido na academia. Mas o mais importante é sempre manter a mente aberta, ficar a par daquilo que o outro também está falando, ter esse respeito pela ideia contrária, porque isso é muito importante para que a gente tenha um debate saudável dentro de um ambiente democrático. É isso que estamos tentando promover aqui”, concluiu o presidente da FWP.
Muito mais do que uma competição
Cesar orientou os estudantes do Colégio Estadual do Paraná (CEP) por dois anos, antes de ingressar no quadro de professores da Uninter e acompanhar o professor Marlus nas visitas às escolas, planejamento e organização do Debatedores este ano. O profissional contribui com o olhar que tem do chão da escola para fazer com que os vínculos com o ensino superior melhorem.
“Está sendo uma experiência super interessante trabalhar ao lado de uma pessoa que tem bastante experiência com comunicação e educação. Eu venho de escola pública de educação básica e vejo a necessidade que os estudantes têm de desenvolver a linguagem cada dia mais. Esse projeto é extremamente pedagógico no sentido de proporcionar aos estudantes o desenvolvimento de um repertório muito mais rebuscado. Deixando-os muito mais preparados para enfrentar as avaliações pós-terceirão, processos que exigem uma redação muito bem definida, bem realizada”, afirma o docente.
Os estudantes descobrem se devem debater contra ou a favor dos temas, e se teriam primeira ou segunda fala, cinco minutos antes do debate, em lançamento de dados realizado pelos capitães de cada equipe.
Estudante de Colégio João Oliveira Franco (JOF), Simon Matos, de 17 anos, está no 3º ano do ensino médio e deseja, através do projeto, conquistar uma bolsa de estudos para a graduação. O estudante afirma que a instituição possuía poucas pessoas para debater, mas que com o envolvimento, a comunicação e a propaganda feita dentro do próprio colégio, muitos outros alunos se prontificaram a participar e estimularam uma conversa que, dentro da escola, fui utilizada e colaborou para o ensino aprendizado na sala de aula.
“Eu estava tenso, não esperava que fosse ser tão confortável estar me apresentando na frente de todas essas pessoas, mas todos os jurados, apresentadores, são muito gentis, acolhedores, e toda apresentação fez com que se tornasse mais fácil para estarmos debatendo entre todo mundo. Foi muito menos uma competição e mais uma conversa entre escolas mesmo. Mesmo com pouco tempo para a gente se preparar e acostumar aos debates, ainda conseguimos nos desenvolver muito bem. Estou orgulhoso da minha equipe, fomos muito bem”, garante o estudante que passou para a segunda fase de debates junto com a equipe do JOF.
Beatriz Martins, 18 anos, estuda no Colégio Brasílio Vicente de Castro e deseja estudar Direito. Por isso, acredita que os debates colaboram no desenvolvimento da oratória e argumentação. A estudante lembra que essa geração do ensino médio vem do período da pandemia, o que prejudicou, para muitos, a fala e interação entre grupos. Nesse sentido, o Debatedores é mais uma oportunidade para socializar e trocar ideias, para esses jovens que são “o futuro” do país, de acordo com Beatriz.
“Ver nós, adolescentes, interessados em debater temas tão importantes é o que me faz ter esperança no futuro. Poder estar aqui e compartilhar esse momento, ter conhecimento, é algo inestimável. Eu fiquei muito honrada por poder participar […] está sendo incrível, é muito legal. Viemos aqui para debater e saímos cheios de conhecimento. Pudemos presenciar os outros debates que também foram incríveis sobre assuntos tão modernos, que nos fazem crescer de todas as maneiras possíveis, principalmente intelectualmente”, garante a estudante.
Próxima etapa
Regina Luque sinaliza que os critérios analisados pelos jurados têm uma proposta de intervenção social, entre outros. Com isso, o intuito não é que os estudantes façam uma leitura decorada, mas que construam o conhecimento a partir do momento em que sobem ao palco e podem discorrer sobre o que foi aprendido, o que possibilita a internalização do saber.
Os colégios de Simon e Beatriz conquistaram uma vaga na próxima fase do Debatedores Nota Mil 2025, com outros dez colégios. A próxima etapa está prevista para acontecer no dia 11 de agosto, data em que se comemora o Dia do Estudante.
Confira abaixo todas as instituições que continuam na competição:
Colégio Estadual do Paraná
Colégio Estadual Cívico Militar Jayme Canet
Colégio Estadual Arlindo Carvalho de Amorim
Colégio Estadual Brasilio Vicente de Castro
Colégio Estadual Dom Orione
Colégio Estadual João de Oliveira Franco
Colégio Estadual Professor Narciso Mendes
Colégio Estadual Cívico Militar Yone Pimentel
Colégio Estadual Professor Alcyone Moraes de Castro Vellozo
Colégio Estadual Rio Branco
Colégio Estadual Cívico Militar Marechal Cândido Rondon
Colégio Estadual João Mazzarotto
Edição: Larissa Drabeski
Créditos da fotografia: Nayara Rosolen
