29/10/2025
Nayara Rosolen – Equipe CNU
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2025 foi marcada pelo 1º Conexão Sul-Sudeste: Ciência Inovação e Tecnologia. O Centro Universitário Internacional Uninter foi a única instituição de Curitiba (PR) que promoveu uma ação na semana, em parceira com Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB-FERP), do Rio de Janeiro. O evento, online e gratuito, aconteceu no dia 22 de outubro, com transmissão ao vivo pelo Youtube.
O coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação e Novas Tecnologias (PPGENT) da Uninter e presidente da Fundação Wilson Picler (FWP), Luciano Frontino de Medeiros; o professor do PPGENT e líder de projetos na FWP, Daniel Guimarães Tedesco; o coordenador de Pós-graduação e Pesquisa e de Iniciação Científica do UGB-FERP, Anderson de Oliveira Ribeiro; e o professor pesquisador da Pró-reitoria de Pós-graduação Pesquisa e Extensão (PROPPEX) do UGB-FERP Antonio Carlos da Silva, foram os responsáveis pela comissão organizadora da programação, que contou com palestras e mesas de debate. O vice-reitor da Uninter e diretor financeiro da FWP, Jorge Bernardi, e o diretor de universidade da UGB, Gustavo Paiva, marcaram presença na abertura.
Tedesco explica que a mobilização foi motivada pela necessidade de superar um desafio que as regiões possuem em comum, a fragmentação entre mercado e escola e a baixa integração entre a academia e as demandas do mercado. Ribeiro complementa que, a partir dos debates, buscam uma “ciência aberta, colaborativa e com responsabilidade regional e nacional”. Assim, abrem espaço para o diálogo e construção de conhecimento, além de proporcionar “novas possibilidades de cooperação científica e tecnológica”.
Dentre as seis palestras apresentadas e a mesa de encerramento, a inteligência artificial (IA) surge como grande tema de interesse, nas mais diversas áreas: desde o agronegócio e a sustentabilidade, até os desafios metodológicos e quebras de paradigmas.
“A IA é vista como uma ferramenta transformadora com potencial para otimizar diversos setores, embora imponha desafios ao pensamento crítico. Já as discussões sobre bioenergia e hidrogênio verde posicionam o Brasil como uma potência na economia circular e na transição energética, alinhando a pesquisa nacional a uma demanda global. Assim, o evento conecta a vanguarda tecnológica com as vocações estratégicas do país”, afirma Tedesco.
Ribeiro acredita que a IA voltada para ciência e educação talvez resulte na mudança mais fundamental dessa Era. Ao reformular a maneira que se produz, interpreta e espalha conhecimento, ela aumenta a velocidade do que é construído na mente humana e transforma o método em uma atividade mais colaborativa e acessível a todos.
“No ramo da educação, isso vai muito além do uso de novas ferramentas. A IA fará com que recontemos nossos métodos de aprendizagem e ensino. Salas de aula nunca mais serão locais para onde se envia informação. Elas se transformarão em espaços de experimentação, nos quais tecnologias inteligentes ajudam os estudantes a aprender no seu tempo e em suas condições, com mais atratividade e significado”, garante o pesquisador.
Ao abordar o tema Inteligência Artificial, Educação e Ciência: desafios metodológicos e quebras de paradigmas, o coordenador de Pós-graduação e Pesquisa do UGB-FERP garante que essas transformações, que colocam as responsabilidades de ações monótonas para a tecnologia, liberam tempo e energia para que os profissionais trabalhem “o que realmente importa: o olhar humano, o diálogo, a empatia e a formação ética”.
Brasil como futura potência mundial
Os professores Marcos Vinicius Colaço (Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ), Pedro Luiz de Paula Filho (Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR), Marco Aurélio da Silva Carvalho Filho (Uninter e Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG), André Ricardo Prazeres Rodrigues (UGB-FERP) e Marcos Baroncini Proença (Uninter) foram os convidados palestrantes que se apresentaram para os participantes ao longo do dia.
Proença, que realizou a apresentação Do etanol ao hidrogênio verde: potencial de energia sustentável e inovação e tecnologia, é líder do projeto Biorrefinaria na FWP e acredita que um dos principais desafios é garantir novas tecnologias para a geração de energia elétrica de forma sustentável, dentro de uma economia circular, para fazer frente à demanda crescente no país e no mundo.
Dessa forma, universidades, centros de pesquisa e governos podem contribuir com o incentivo e potencialização de parcerias e inovação entre instituições de pesquisa, empresas e cooperativas, “através de programas de fomento e de benefícios fiscais, para que o setor produtivo seja estimulado a buscar parcerias com institutos de pesquisa envolvendo formas sustentáveis de produção e armazenamento” do hidrogênio verde (H2V), para que a atuação transforme seu potencial em resultados efetivos. Assim, se torna possível a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global e mitigando a geração de climas extremos.
Ainda segundo o pesquisador, quando se trata do H2V, “o Brasil é considerado como o principal futuro fornecedor”. Devido a políticas de incentivos, “o setor eólico atingiu a quinta maior capacidade instalada no mundo” e “a biomassa é o terceiro setor renovável com maior crescimento, contribuindo com mais de 8% da geração de energia nacional”.
Proença salienta que, em 2024, o país anunciou mais de 30 bilhões de dólares de investimento em projetos do H2V e, neste ano, os investimentos devem chegar a 40 milhões de dólares. Esse cenário posiciona o Brasil como “futura potência mundial na produção e venda deste comodity”.
“Em termos de energia, em 2025, o Brasil registrou cerca de 85% de sua capacidade instalada para geração de energia vindo de fontes limpas e sustentáveis. Para termos uma ideia, embora a hidroeletricidade ainda seja a fonte principal de geração de energia, as matrizes solar e eólica já responderam em 2025 a cerca de 35% da energia elétrica gerada no país”, finaliza.
Medeiros, Ribeiro e Tedesco receberam os professores Marco Aurélio da Silva Carvalho Filho (Uninter), André Coutinho (UGB-FERP) e Bruno Fernando Inchausp Teixeira (UERJ) para a mesa de encerramento, na qual debateram sobre as Perspectivas para integração de Inteligência Artificial para uma educação sustentável. Com quase oito horas de live, a transmissão do evento segue disponível para livre acesso no Youtube.
Edição: Larissa Drabeski
Créditos da fotografia: Reprodução/Youtube UGB